Uma pesquisa realizada pela Quaest, divulgada no dia 16 de fevereiro de 2025, revela que o desinteresse por política é mais acentuado entre as pessoas da classe baixa. Os dados mostram que apenas 11% dos entrevistados dessa classe demonstram “muito” interesse por política, em contraste com 20% da classe alta. A pesquisa destaca uma clara disparidade no envolvimento político entre diferentes estratos sociais, refletindo a importância que cada classe atribui à política.
Entre os entrevistados da classe baixa, 38% afirmam ser “nada” interessados em política, enquanto na classe média esse número é de 28% e na classe alta, 21%. Esses dados indicam que, à medida que se sobe na hierarquia socioeconômica, o interesse pela política tende a aumentar. A classe média apresenta um empate técnico entre os que se consideram “mais ou menos” interessados e os que se dizem “nada” interessados, com 32% e 28%, respectivamente.
A pesquisa utilizou o Critério Brasil 2024, desenvolvido pela Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (Abep), para classificar os respondentes em diferentes classes sociais. Esse critério leva em conta variáveis como renda mensal, escolaridade do chefe da família e número de automóveis, entre outros fatores. A metodologia aplicada pela Quaest incluiu 2 mil respostas de amostra, coletadas em pesquisas nacionais domiciliares realizadas ao longo de 2024.
Os resultados mostram que, na classe baixa, 24% dos entrevistados se consideram “mais ou menos” interessados em política, enquanto 26% se dizem “pouco” interessados. Esses números revelam que, embora haja um desinteresse predominante, uma parte significativa da população ainda demonstra algum nível de envolvimento político. Na classe média, 32% se identificam como “mais ou menos” interessados, o que sugere uma maior ambivalência em relação ao tema.
Na classe alta, a situação é um pouco diferente, com 36% dos entrevistados se considerando “mais ou menos” interessados em política. Essa classe também apresenta uma maior proporção de pessoas que se dizem “muito” interessadas, o que pode ser atribuído a um maior acesso à informação e a uma maior capacidade de influenciar decisões políticas. A pesquisa evidencia que o interesse político não é apenas uma questão de engajamento, mas também de acesso e oportunidades.
A pesquisa da Quaest também revela que a classe baixa enfrenta desafios significativos, como a endividamento, com 77% dos entrevistados se considerando endividados. Essa realidade pode contribuir para o desinteresse em questões políticas, uma vez que as preocupações financeiras podem ofuscar a importância da participação cívica. A classe média e alta, por outro lado, pode ter mais tempo e recursos para se dedicar a questões políticas.
A margem de erro geral do levantamento é de dois pontos percentuais, mas varia entre os segmentos, sendo de quatro pontos percentuais para a classe baixa e alta, e três pontos para a classe média. Esses dados são cruciais para entender as dinâmicas sociais e políticas no Brasil, especialmente em um momento em que a participação política é fundamental para a democracia.
Em suma, a pesquisa da Quaest destaca a necessidade de se abordar o desinteresse político de forma mais ampla, considerando as condições socioeconômicas que influenciam a participação cívica. A conscientização sobre a importância da política e o engajamento da população, especialmente nas classes mais baixas, são essenciais para fortalecer a democracia e garantir que as vozes de todos os cidadãos sejam ouvidas.