Recentemente, foi revelado que nenhum dos 88 brasileiros deportados pelos Estados Unidos durante a administração de Donald Trump tinha pendências criminais. Essa informação foi levantada pela Polícia Federal (PF) e confirmada por investigadores que analisaram detalhadamente as fichas dos deportados. A confirmação de que os deportados não possuíam alertas na Difusão Vermelha da Interpol é um dado significativo, pois indica que as expulsões não estavam relacionadas a atividades criminosas em curso.
A informação sobre a deportação dos brasileiros foi inicialmente divulgada pela jornalista Marina Dias, do Washington Post, e corroborada por fontes do blog. Segundo a PF, as fichas de todos os deportados foram minuciosamente consultadas, garantindo que não havia registros que justificassem as expulsões. Embora houvesse pessoas com registros criminais, essas situações já estavam resolvidas, o que levanta questões sobre os critérios utilizados para as deportações.
Diante dessa situação, o Itamaraty está cobrando explicações da embaixada americana sobre o tratamento dispensado aos brasileiros deportados. A pressão do governo brasileiro visa esclarecer as razões por trás das deportações e garantir que os direitos dos cidadãos brasileiros sejam respeitados. A falta de comunicação prévia sobre os deportados e suas situações legais é uma preocupação que o Brasil deseja abordar com as autoridades americanas.
Para lidar com futuras deportações, o Brasil formou um grupo de trabalho em colaboração com a Embaixada dos Estados Unidos. O objetivo desse grupo é desenvolver um protocolo de ação que permita uma abordagem mais coordenada e informada em relação às deportações. Investigadores sugerem que o ideal seria que o governo americano fornecesse antecipadamente os dados dos indivíduos a serem deportados, permitindo uma consulta prévia sobre seus antecedentes criminais.
Os 88 brasileiros deportados chegaram ao Brasil algemados, seguindo uma prática comum das gestões americanas, tanto sob Trump quanto sob a administração de Biden. Essa abordagem tem gerado críticas, pois muitos consideram desnecessário o uso de algemas para deportados que não apresentavam pendências criminais. Ao chegarem ao território nacional, os deportados foram desalgemados por determinação da PF, que buscou garantir um tratamento mais humano.
Após a chegada, os deportados foram transportados em aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) até seus destinos finais, conforme ordem do Planalto. Essa medida foi tomada para assegurar que os cidadãos retornassem ao Brasil de forma digna e respeitosa. A situação dos deportados levanta questões sobre a necessidade de um tratamento mais justo e transparente para os brasileiros que enfrentam deportações.
A falta de comunicação e a ausência de um protocolo claro entre os governos brasileiro e americano são aspectos que precisam ser abordados para evitar situações semelhantes no futuro. A colaboração entre os dois países é essencial para garantir que os direitos dos cidadãos sejam respeitados e que as deportações sejam realizadas de maneira justa. O Brasil espera que as discussões com as autoridades americanas resultem em melhorias nas práticas de deportação.
Em resumo, a deportação dos 88 brasileiros pelos Estados Unidos sem pendências criminais levanta questões importantes sobre os critérios utilizados para essas ações. O governo brasileiro está buscando esclarecimentos e um protocolo de ação para futuras deportações, visando proteger os direitos dos seus cidadãos. A situação destaca a necessidade de uma comunicação mais eficaz entre os dois países e um tratamento mais humano para os deportados.